O que guarda um guarda-chuva?
Guarda-chuva, quem não conhece tal instrumento que tanto ajuda nos dias em que o S. Pedro decide pregar uma partida aos terráqueos?
Pois bem, é nesses dias cinzentos que dá prazer passear na rua, sentir o “ping ping” por cima de nós e ver a imensa diversidade destes seres particulares. Eles são pretos, azuis, castanhos e amarelos. Correm o arco-íris, todas as formas possíveis e imaginárias, aos quadrados, losangos, às flores e aos burros a fugir. Até transparentes já os vi! Mas que fique bem claro que os guarda-chuvas não escolhem idade. As criancinhas também têm direito a ter uma protecção deste género. E que bonitos que são! Joaninhas, abelhinhas, sapinhos, com olhinhos para cima ou perninhas para baixo. Muito tentadores, confesso. Assim sim deve dar gosto passear pelas ruas à chuva! Claro que há sempre aqueles aventureiros que preferem aproveitar estes dias para “lavar a cabeça”, ou então aquelas senhoras todas XPTO que após uma ida ao cabeleireiro reparam que se esqueceram do “instrumento protector” e apoderam-se da primeira coisa que lhes aparece à frente para proteger o penteado, sendo as mais sacrificadas as pobres das carteiras e a ultima edição da revista das fofocas que haviam comprado para ler no tempo de espera.
Guarda-chuvas meus senhores, guarda-chuvas. Pode parecer que não, mas tornam-se um adereço como outro qualquer, um cachecol, um gorro, estando quase ao nível do colar ou dos simples brincos.
Às vezes pergunto-me, para quê um guarda-chuva? Não serve bem o capuz de um casaco ou alguma coisa do género? E depois de queimar alguns neurónios sabem a que conclusão chego? Não! Um guarda-chuva pode ser tão essencial na nossa vida como uma flor num jardim. Se não vejamos um exemplo da importância que o guarda-chuva pode ter na nossa vida: Imagine-se que o Manel vai na rua e, sem mais nem menos, começa a chover e ninguém estava prevenido para tal acontecimento. Ora é ai que o Manel se lembra que, algures na sua mochila tem um guarda-chuva. Pretexto ideal para dar uma “boleia” à Maria que, coitada, por azar, deixou o dela em casa. Se o nosso Manel até tiver sorte, o guarda-chuva é daqueles pequeninos, ora ele e a Maria vão ter que se ajeitar para não se molharem. E como se devem honrar as novelas mexicanas já se está mesmo a ver como vai acabar este dilúvio: “felizes para sempre”.
Pode agora o caro ouvinte constatar que o uso do guarda-chuva até pode ser divertido. Pense no Manel e na sua Maria! Vá-se lá saber se não é graças a um guarda-chuva que fica a conhecer o “grande amor da sua vida”.
Mas enquanto pensa, deixe o sossego e vá saber de um novo amigo destes, antes que o céu fique cinzento e caiam as primeiras gotas.
One Responses to "17 de Março"