O abuso do Homem na era era da ciência e da tecnologia em evolução
Há uns dias, enquanto lia uma revista de ciência, deparei-me com um artigo que se intitulava de “Dez grandes invenções”. Ora, perante este título, estava eu à espera que se fizesse referência à roda, à televisão, ao microship, às intervenções cirúrgicas por raio laser, ou algo que a isso se assemelhasse, quando viro a página e encontro algo bem diferente. Na verdade, tratava-se da “invenção” da vida e da magnificiência de todos os aspectos desta. Dado isto, o décimo ponto era, como já seria de esperar, a odiada e inevitável morte. O pequeno texto que se lhe seguia, principiava com a seguinte frase: “A morte tem vantagens evolutivas.” Esta é a visão da ciência, mas afinal no que diferem os conceitos científicos do senso comum do Homem?
É normal e comum nos humanos o medo pelo fim da vida que os mantinha conscientes no Mundo. De facto, como diz o ditado, “para tudo há solução menos para a morte”. Mas a tecnologia e a ciência têm evoluido a um ritmo impensável e, olhando para o panorama da actualidade, muito do que antes se dizia impossível tem-se revelado mais próximo do que aquilo que se via anteriormente.
Há quem diga que a ciência tem entrado em campos que não deveriam ser explorados, afinal, segundo eles, há questões que não se colocam. Exemplo disso é a própria morte. Em tempos remotos, era definida como paragem cardíaca e respiratória, mas a ressuscitação cardiopulmonar, em que a respiração e o pulso cardíaco podem ser restabelecidos, começou a gerar controvérsias, pondo em questão um conceito intocável.
Afinal, estará de facto a ciência a “abusar” do lugar tão priveligiado que tem tido nos tempos que correm?
Não penso que, nesse aspecto, esteja a fazer um uso abusivo do seu poder. Afinal, não é o Homem que exige constantemente uma resposta para as suas exigências? E não é também ele que sonha com a vida eterna?
Mas há, realmente, aspectos que não deveria abordar, na minha modesta opinião. Exemplo disso é a clonagem. Ser o ser humano a criar-se a si próprio é algo que não considero ser moralmente correcto nem ético. A moral e a ética são assuntos muito sugestivos, que dão lugar a discussões diversas, por isso talvez seja melhor dizer simplesmente que não me parece uma atitude correcta.
No entanto, a ciência é resultado dos pedidos e dos sonhos daqueles que se queixam depois dos abusos desta.
Por isso, não se trata de um abuso da ciência em relação ao Homem e ao quotidiano, mas sim inverso disso, nós é que temos usado e abusado constantemente da progressão desta.
Sejamos pela progressão, ajamos com inteligência e peçamos o possível, com consciência! Aprendamos, sobre tudo, a viver num Mundo que nos permite progredir em conformidade com o bem da sociedade!
Verónica Podence
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